A variação entre as teleobjetivas e as grande-angulares nos permite vislumbrar detalhes ínfimos e gerais, aproximar ou afastar objetos. Na questão enquadramento, além do posicionamento in-loco do ‘câmara’, a utilização dessas lentes é de fundamental importância, pois permite uma infinidade de tomadas, fechadas e abertas, onde o aproveitamento da luz e dos detalhes do ambiente ou do(s) objeto(s) produz características próprias à captação, ajudando na concepção da linguagem fotográfica quanto à informação a ser transmitida. Na questão profundidade de campo, principalmente as teleobjetivas, que oferecem maior detalhamento de objetos próximos e aproximação de objetos distantes, dependendo da sensibilidade e do manuseio correto do obturador da câmara, na distância longitudinal da perspectiva que se cria, chegando à terceira questão nessa variação múltipla das lentes: o ponto do foco, estipulado pelo posicionamento do fotógrafo.
Das fotos aqui apresentadas: Com uma grande angular (16mm*) em uma câmara do tipo reflex analógica, com utilização de filme, uma Nikon F-3, pude detalhar o total desprezo à obra arquitetônica em vista com a possibilidade extensiva da área de entorno, embora haja grande deformidade ótica, do tipo ‘olho de peixe’, a possibilidade de vislumbrar todo o ambiente, com a moldura das grades do portão enferrujadas, dão o tom próprio do objetivo denunciativo. Já nas fotos seguintes, a utilização de uma teleobjetiva (300mm) me permitiu captar minúcias de uma operação do Corpo de Bombeiros no topo da torre da Catedral de Maceió.
* Lentes AF e AE usadas nas câmaras analógicas, quando utilizada em câmaras digitais perde-se em relação ao comprimento focal. No caso da nossa 16mm, quando acoplada à uma digital, aplicamos o fator de multiplicação inerente às lentes DX da Nikon, que é de 1,5 (16mm x 1,5= 24mm), que corresponde a uma 24mm. No caso não seria possível tamanha amplitude de ambiente, nem, no entanto, também não deformaria tanto ou quase nada.