Desculpe-me, seguidores e amigos, se, por esse longo tempo, venho publicando temas por demais pessoais. São coisas e acontecimentos que estão gravados em meu destino. Não consigo não ser Eu. Não consigo não me indignar. Não consigo dormir. Até respirar fica difícil. Quando me deparo com situações que fogem à verdade. Situações que humilham, maltratam e surrupiam. Chego a pensar que certas coisas só acontecem comigo, mas ao mesmo tempo reflito e penso que acontecem com muitos, porém estes não se indignam. Não protestam. Não denunciam.
Já são 00h32 do dia 06 de março, e uma sensação chata incomoda a região do meu estômago, o embrulhando. É a angústia envolta a pensamentos que atordoam. Indignada com o Advogado do Sindicato da minha categoria; com um sindicalista que presenciou o fato e foi ríspido comigo, defendendo a ação de má fé deste representante nos trâmites jurídicos dos profissionais afiliados; e chateado com o próprio sindicato, na pessoa do presidente, com quem há uma semana contei o caso por telefone, falou-me que teria uma reunião naquela noite e que no dia seguinte me ligaria. Até hoje.
O que estou a sentir me dói na alma. A imagem daquela sala, das cinco pessoas que estavam presentes. Lembro de detalhes de cada um. De quase toda conversação. Mas um pequeno trecho é o que mais me incomoda: lembrar do Advogado mentindo para mim, eu o disse que o que ele dizia não era verdade, questionei o Supervisor RH da empresa sobre o que o Advogado me afirmara; este deu com os ombros, negando, e disse: - “sei disso não que ele tá falando.” - Foi quando o Advogado me intimou: - “quem é o advogado aqui ?! Quem é que lhe representa aqui ?! Sou eu ou ele ?!” - Estava claro que o Advogado era o intermediador da negociação, representando meu Sindicato. Mesmo sabendo que o Advogado estava mentindo. Sinicamente. - Brincando comigo ?! - Induzindo-me a assinar o documento sem que minha consciência acreditasse em uma só palavra que dizia o Advogado.
Sobre o pedestal da Justiça este advogado, um ano depois, me olha no olho e diz que nada daquilo que me disse houvera dito. O dito pelo não dito. Entre mim e ele há um mentiroso. Outras três pessoas estavam na sala. Um dos dois sindicalistas presentes já se posicionou a favor, integral e moralmente, do Advogado. O outro sindicalista e o Supervisor Rh nada me disseram, tenho medo do que me digam, pois será horrível então, para mim, sofrer pelos quatro. Lamento que isso tenha acontecido comigo. Lamento por mim, também, porque a sensação que sinto, de indignação, de asco, de solidão, angústia, é toda plena sofrimento. Afeta minha consciência e se depara com minha moral. Chegando aqui, atinge minha família, meu âmago, minha luz.
Mas uma madrugada sonâmbula, de insônia tensa. Indignação pulsante. Reverberação das lembranças de momentos desse caso que me aconteceu, uma viagem dos pensamentos entre a consciência e a memória. Enquanto minha esposa e meus filhos dormem, seus sonos tranqüilos, tento aliviar a dor dessa traição mentirosa a que fui acometido, em que se pôs em cheque minha estimada honra. Penso nos meus companheiros de trabalho, dentro de todo esse processo a que estou vivenciando, e são neles que busco a energia latente de cada palavra dessas que aqui descrevo, pois muitos podem se encontrar na mesma situação que me encontro agora.
Estou muito triste. Vou tentar dormir.
Vejam outras publicações sobre este caso:
http://lulacastellobranco.blogspot.com/2011/11/desinspirado.html
http://lulacastellobranco.blogspot.com/2012/02/um-homem-roubado-nunca-se-engana.html
Foto de Fernando Araújo (Chebinha)_1986_Emissário Submarino