sábado, novembro 26, 2011

Serra da Barriga / Dia da Consciência Negra


Tive de repente a impressão de sentir a presença de Zumbi, tamanha felicidade da aura imaculada naquele lugar. Quando diante a escultura do grande mártir da luta contra o escravismo no Brasil, tendo ao seu lado uma pequena ancestral, herdeira da liberdade conquistada. - Zumbi vive ! - Na Serra da Barriga, berço da resistência negra, o maior, mais duradouro e mais organizado quilombo das Américas, onde viveram mais de 30 mil pessoas, por quase um Século. Até que, em 1695, o Quilombo dos Palmares foi dizimado e Zumbi assassinado no mesmo ano. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1986, como Patrimônio Histórico.

Eis a que estamos aqui, mais de 400 anos depois, assistindo o movimento da resistência que persiste, com o sangue pulsante, do DNA dos rebeldes que insurgiram essa nobre causa. Está estampado nas feições, nos perfis, na cultura, na religião e na voz desse povo guerreiro; outrora em navios negreiros, engaiolados, sofridos e humilhados, trazidos na marra para o trabalho escravo. No passado, aqui no topo dessa montanha, estrategicamente, encontraram o refúgio e hoje a paz e o amor. 

“Neste cenário original da luta, em 2007, foi construído o Parque Memorial Quilombo dos Palmares – uma espécie de maquete viva, em tamanho natural, instalada em um platô, no alto da Serra, para onde milhares de pessoas acorrem, principalmente, em 20 de novembro (Assassinato de Zumbi), quando se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra” (serradabarriga.palmares.gov.br/?page_id= 96)

LCB_2011nov20

sábado, novembro 19, 2011

Cultura alagoana da calçada estacionamento

Transformou-se uma verdadeira cultura, numa regalia descarada, praticada por todos os motoristas de Maceió: essa mania de estacionar seu automóvel sobre o passeio público. Em especial a calçada do supermercado Unicompras do Farol, por onde passo todos os dias, por onde vejo passarem centenas de pessoas, se espremendo pelas grades poeirentas do estabelecimento (quando os motoristas mais delicados os permitem) ou se arriscando pela via dos autos, sujeito a quedas e até atropelamentos, no mínimo chateação e humilhação. Não tenho mais nada pra dizer, é ver pra crer. Detalhe, entre as fotos tem um automóvel da SMTT estacionado na calçada, esperando o carona voltar de uma pequena compra no supermercado, no fundo da foto vê-se vários automóveis cruzados na calçada. E Você pensa que eles se incomodaram, quando indagados por mim, ou se quer os multou em minha consideração de cidadão reclamante ? Hummmm. Lancharam, ligaram o motor e foram embora. Tá ou não tá liberado esse convívio desumano ? Não existe lei para isso ? Estes motoristas não têm mãe ? Filhos ? Amigos paraplégicos ? Só têm olhos pras suas necessidades cômodas ? Não será essa ação criminosa ? Quando é que essa mania vai acabar ? Nunca ?!..
Fotos de celular LCB

Cultura alagoana da calçada estacionamento

Cultura alagoana da calçada estacionamento

Cultura alagoana da calçada estacionamento

Cultura alagoana da calçada estacionamento

quarta-feira, novembro 16, 2011

desinspirado...


Essas questões trabalhistas enchem o saco por sua mesquinhez. Dediquei-me por 5 anos a um periódico* de Alagoas, 3 com carteira assinada. Pois bem que lá eu já não mais cabia, então veio minha demissão, em março de 2011.

Durante a primeira parte do processo indenizatório foi marcada uma reunião no Sindicato dos Jornalistas, onde houve uma conversa, para mim franca, entre o advogado da casa, o adjunto da contabilidade do periódico e eu. Na sala estavam dois sindicalistas, que de algum modo assistiram a toda negociação. 

Pois bem, quero salientar que fico com o coração partido, pois nesta empresa quero bem a todos e sei que também sou muito querido. Mas só me pagaram uma parte da rescisão, na reunião no sindicato, dia 23 de março, e até hoje ficam me levando na conversa. Falou-se de que eu receberia um piso da categoria cada mês que não fechassem o acordo e que pesaria ao periódico os ônus trabalhistas aos meses inerentes. E nada aconteceu até agora. 

Praticamente todos os meses eu liguei para a pessoa que comigo negociou, e todos os meses sempre a mesma conversa: “É o pessoal do grupo que ainda não repassou, mas vamos ter uma reunião e eu colocarei seu caso como prioridade”. E nada. - Será que ficam esperando que entremos com recursos jurídicos ou que então esqueçamos ?

Amigos e parente me aconselham entrar com processo na justiça, na vara das “Pequenas Causas”. Confesso que me sinto como um tolo, rodeado por um sistema viciado, rotineiro, desgastante, cheinho de pessoas que sempre querem ser mais espertas que a gente. Acho que a culpa disso é do Estado (Nação) que não fiscaliza, nem cobra. É da Lei que não impõe. Alguns amigos que já passaram por processos parecidos falam que eles esperam que entremos na justiça e apresentam um ‘acordo’. Confesso que eu sinto nojo disso.

Ainda estou a refletir se bato ou não na porta da Justiça, para através dela reivindicar meus direitos; ou se acredite que o pessoal do periódico por esses meses cumprirão o acordado. É triste para mim, encarar essa situação. Tenho a todos como amigos, mas estou já achando que não sou visto com os mesmos olhos que vejo, com os mesmos sentimentos que sinto, com a seriedade que talvez eu mereça.

Será isso a utopia ? Ou o ralo da pia ? que sofia ? Fi-lo !


Foto: Paulo Lopes (Operant) 2008dez19