O espectro de um animal, perpassado e pendurado por um arame farpado, do que restou de mais uma árvore cortada. Uma máscara presa. Uma cerca infinita, rodeando e delineando, palmo a palmo cada pedaço desse chão. Pelo ver, há anos que a árvore e o arame farpado comungam, sob pressão, esse elo da madeira que cede com o metal que corta, feito o pingo da água que de gota em gota fura a pedra. Para tanto uma sinergia mística completa esse quadro ‘fantástico’, com a presença do fotógrafo que registra. Mística porque, em uma longa viagem, uma parada forçada para aliviar a vontade de urinar, levou este repórter fotográfico ao exato local. Alguns metros pra cá, alguns metros pra lá, não haveria certamente esse flagrante subjetivo, essa natureza morta, essa arte explícita que navega a percepção óptica do autor. Poesia ! Poesia ! Poesia !
LCB_2007nov10
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