Não é bem o Rio de janeiro, também não é o maracanã. Porém o time do América de Pão de Açúcar está lá, em campo, em plena crôa exposta do rio São Francisco. O que me fez refletir sobre a influência do futebol do sudeste sobre a torcida brasileira, com uma visão singela, principalmente o carioca. Percebo que, tirando exemplo a partir de mim, que sou botafoguense, a falta de interesse pelo esporte de nossa terra. Sinto hoje uma busca muito forte desse valor, inclusive campanhas claras com esse objetivo nos principais clubes de Alagoas. Lembro de quando ainda criança havia mais entusiasmo da população pelos clubes locais, principalmente CSA (Cêssiá) e CRB (Cêrrêbê), o grande clássico das multidões da Capital. Hoje o futebol do interior tem urgido com muita força, levando a maioria dos campeonatos estaduais, o que nos apresenta uma grave crise desses clubes, que outrora comandavam sucessivamente tais competições. Acho que diversas coisas têm espantado a torcida dos clubes locais, mas a violência da própria torcida tem afastado principalmente as famílias, o que faz com que as crianças comecem a gostar mais do futebol que vêem na Televisão. A influência é clara, os clubes do sudeste se congratulam a cada dia mais com novos torcedores, do Brasil inteiro, principalmente crianças. É triste querer torcer por um clube local, mas não poder ir ao campo para assisti-lo jogar. Acho que é por isso que os clubes do interior têm crescido tanto, porque quando jogam em casa tem diversão pras famílias, essa violência por lá é bem menor. Porém diga-se: essa violência está em todas as capitais e municípios mais populosos do País, ela está no âmago da sociedade. É puro reflexo, é o retrato de si.
LCB_2007nov10