terça-feira, março 01, 2011

Asas pra que te quero !


O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes, Concluiu uma oficina de avaliação do estado de conservação das aves brasileiras. Avaliaram espécies da Caatinga e algumas de distribuição mais ampla. No total, foram analisados 103 tipos diferentes de aves. Uma – a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) – foi considerada extinta na natureza; duas criticamente em perigo; nove em perigo; cinco vulneráveis; sete quase ameaçados; nove com dados insuficientes e 70 em situação menos preocupante (Fonte: http://www.nejal.com.br/Noticia750.htm). Essa cultura de se criar pássaros em gaiolas é ridícula ! De qualquer tipo. De qualquer espécie. Fora de época, insensível. É fácil encontrarmos criatórios na internet totalmente legalizados pelo IBAMA, é como as drogas: os criadores de pássaro insistem em que os passarinhos criados em cativeiro são legais, é a mesma coisa de se dizer, como a televisão diz o tempo inteiro, que a bebida alcoólica não é droga, que é o sumo da felicidade, enquanto sabemos que ela deixa a pessoa ‘muito doida’ e a maconha, pasmem, para quem só a consome, pelo contrário, só relaxa, mas qual é o grande problema da maconha ? Por ser condenada à ‘droga ilícita’ seus consumidores se vêm obrigados a se relacionarem com os traficantes, como nos passarinhos, pois se cria um mercado com valor expressivos, que vão, um curió por exemplo, de 500 reais à 5 mil reais (os premiados não têm preço, chegam a valores irreais), num mercado aberto, criados em gaiolas e viveiros, cativeiros, enquanto isso, além de também sentirem o mesmo prazer de criar, aquele sujeito ‘lascado’, que vive lá no campo, percebe uma chance de se prevalecer, capturando da natureza e agindo igual ao traficante de maconha, pois só existem tais mercados graças aos consumidores e criadores. O mau da maconha certamente não é o seu efeito relaxante e introspectivo, é o tráfico que tá por trás dela. Já não basta tão pouca mata para os passarinhos viver. Não se enxerga que o mundo de hoje não é o mesmo mundo do século XIX. Que no século XX houve um processo degenerativo do Meio Ambiente, supervalorizando-se a tecnologia, o auge da Revolução Industrial. Que o momento é de se refletir cada ação sobre todo ecossistema. Que como os pássaros hoje, amanhã podem vir a ser o Alimento. Não há providências diante os agressores mais fracos, nem punição aos agressores mais fortes ! Tudo que se faz é superficial, todos comungados só prezam por seus status-quo ! - E o futuro de seus próprios filhos, se alimentarão de óleo e graxa, junto as máquinas !? - Nos dói pensar que não existirão mais azulões, nem curiós, nem sete-cores, entre tantos animais, livres, como Deus os criou, de tão inofensivos que são. Além de toda vegetação nativa devastada, lhes tirar a magnitude das asas, os limitando às gaiolas e assim dizer que eles adoram ! Acho que são essências da mentalidade escravocrata. Processo da ruindade que habita na alma humana. Perversidade sociabilizada.

LCB_2010nov16