terça-feira, abril 06, 2010

Na Estrada 003


plaustrum do Lácio

Presentes no cotidiano dos pequenos vilarejos de todo Sertão brasileiro, os barulhentos e folclóricos carros de bois deslocam-se vagarosamente, ao comando do carreiro, conduzindo a produção local e por vezes gente; foi o primeiro veículo de transporte desde o Brasil Colônia e Império, escrevendo os primeiros capítulos da história do povoamento. Até hoje, mesmo com toda sua morosidade característica, sempre muito útil, na missão multissecular de transporte popular.


Carro de Boi
Autor: Tonico

Meu véio carro de boi, pouco a pouco apodrecendo
Na chuva, sor e sereno, sozinho, aqui desprezado
Hoje ninguém mais se alembra que ocê abria picada
Abrindo novas estrada, formando vila e povoado

Meu véio carro de boi, trabaiaste tantos ano
O progresso comandando no transporte do sertão
Hoje é um traste véio, apodreceu no relento
No museu do esquecimento, na consciência do patrão

Meu véio carro de boi, a sua cantiga amarga
No peso bruto da carga, o seu cocão ringidor
Meu véio carro de boi, quantas coisa ocê retrata
A estrada a verde mata, e o tempo do meu amor

Meu véio carro de boi, é o fim da estrada cumprida
Puxando a carga da vida, a mais pesada bagage
E abraçando o cabeçaio, o nome dos boi dizendo
O carreiro foi morrendo, chegou no fim da viage.

(http://www.widesoft.com.br/users/pcastro1/carrodeboi.htm#carro)

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