quarta-feira, novembro 16, 2011

desinspirado...


Essas questões trabalhistas enchem o saco por sua mesquinhez. Dediquei-me por 5 anos a um periódico* de Alagoas, 3 com carteira assinada. Pois bem que lá eu já não mais cabia, então veio minha demissão, em março de 2011.

Durante a primeira parte do processo indenizatório foi marcada uma reunião no Sindicato dos Jornalistas, onde houve uma conversa, para mim franca, entre o advogado da casa, o adjunto da contabilidade do periódico e eu. Na sala estavam dois sindicalistas, que de algum modo assistiram a toda negociação. 

Pois bem, quero salientar que fico com o coração partido, pois nesta empresa quero bem a todos e sei que também sou muito querido. Mas só me pagaram uma parte da rescisão, na reunião no sindicato, dia 23 de março, e até hoje ficam me levando na conversa. Falou-se de que eu receberia um piso da categoria cada mês que não fechassem o acordo e que pesaria ao periódico os ônus trabalhistas aos meses inerentes. E nada aconteceu até agora. 

Praticamente todos os meses eu liguei para a pessoa que comigo negociou, e todos os meses sempre a mesma conversa: “É o pessoal do grupo que ainda não repassou, mas vamos ter uma reunião e eu colocarei seu caso como prioridade”. E nada. - Será que ficam esperando que entremos com recursos jurídicos ou que então esqueçamos ?

Amigos e parente me aconselham entrar com processo na justiça, na vara das “Pequenas Causas”. Confesso que me sinto como um tolo, rodeado por um sistema viciado, rotineiro, desgastante, cheinho de pessoas que sempre querem ser mais espertas que a gente. Acho que a culpa disso é do Estado (Nação) que não fiscaliza, nem cobra. É da Lei que não impõe. Alguns amigos que já passaram por processos parecidos falam que eles esperam que entremos na justiça e apresentam um ‘acordo’. Confesso que eu sinto nojo disso.

Ainda estou a refletir se bato ou não na porta da Justiça, para através dela reivindicar meus direitos; ou se acredite que o pessoal do periódico por esses meses cumprirão o acordado. É triste para mim, encarar essa situação. Tenho a todos como amigos, mas estou já achando que não sou visto com os mesmos olhos que vejo, com os mesmos sentimentos que sinto, com a seriedade que talvez eu mereça.

Será isso a utopia ? Ou o ralo da pia ? que sofia ? Fi-lo !


Foto: Paulo Lopes (Operant) 2008dez19