Daqueles que perambulam pela cidade, que vivem de doações, achados e/ou furtos; horas profissionais da reciclagem, catadores; horas miseráveis surtados, perdidos no tempo, com vergonha de voltar pra casa; pessoas abandonadas; tantas nascidas abandonadas; do nada, pro nada; expostos indigentes, alguns tranquilos habitam as vizinhanças; outros de espírito cigano se deslocam por toda cidade, poucos a conhece na palma da mão. Mas quase todos têm um lugar onde ‘pernoitam’. São pessoas que se referenciam por segundos no trânsito, um pouco mais de contato ao caminhar, estão por aí, cada um a sua personalidade, horas bêbados, cambaleantes e agressivos, horas cansados, encostados, horas reunidos em pequenos grupos, existem, em Maceió tem algumas centenas. São guardiões dos becos, das praças, na encosta o casebre de papelão, casam, continuam as vidas de perâmbulos, criam filhos e envelhecem. Na foto, detalhe dos ingredientes do almoço, sobre a mureta da Praia da Avenida.
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