domingo, setembro 18, 2011

Desabafo do silêncio de um alagoano



A miséria em Alagoas é explícita demais. Dói na alma o cotidiano da Capital, Maceió. Não sei como se fala bem ainda desse lugar. Está por todo canto, pelas ruas da cidade, crianças sujas nos sinais, sub-existência deplorável na beira da laguna, os Sem Terra invadindo e ocupando as legítimas praças do Povo (Porque não ocupam aquele belo estacionamento do palácio do governo ?), lixo e esgoto a céu aberto, até na bela praia à luz do dia. A educação no convívio é rara de gentilezas, em um trânsito insuportável, em que os pilotos agridem-se e aos outros. A população acomodada se acostumou a essa rotina. Parece que está tudo desandado. Isso aqui não evolui. As calçadas, cheias de vendedores, entulhos de obras e tocos de placas arrancadas, não poderiam ficar de fora: viraram definitivamente estacionamentos. Não se respeita mais o pedestre. Além dos raios causticantes do sol e a cidade não se entende com o verde, muito mal arborizada. O caos de um lugar que tem seu IDH entre os piores do mundo, daí vem a invasão do crack, disseminado vertiginosamente em quase todo lugar da Terra, denegrir ainda mais a dignidade desse Povo. Lembro de Maceió da minha infância, que inda menino andava pelas ruas da cidade livremente, brincava nas praças, tomava banho nas praias, brincava na rua... Tinha muita pobreza, mas miséria assim tinha não... Do sonho do menino a dormir dá é dó e indignação, perante a realidade que estamos vivendo.


LCB_2010out31