sexta-feira, março 04, 2011

A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores...


Sinto, ao longo dos anos, que a poesia está à mercê da realidade urbana, cruel do espírito automobilístico. A cada dia percebo mais e mais o descaso com a aura dos sentimentos mínimos da pureza da alma humana. Sinto vontade de chorar, de gritar, de chutar e expulsar todos aqueles automóveis ocupando o espaço público da Praça Sinimbu. Sinto vergonha pelo mestre Lourenço Peixoto, quando vejo sua obra completamente destruída. Escombros da poesia que outrora inspirou tantos artistas, poetas e enamorados. Não consigo entender onde queremos chegar com tamanha desigualdade social. Com tamanho descaso ao próprio habitat. Não me importo aqui com outros lugares da Terra, não me venham com exemplos de lugares piores, me indigno com meu próprio ninho, e o nada que posso fazer, senão me indignar ! Não se vive mais a cidade, se vive os automóveis ! Não se caminha ! Não se passeia ! Praticamente não se ouve mais o cântico dos pássaros, só o vruuuummmmmm dos motores egocêntricos.
 
E o mijãozinho ! Roubaram a escultura (em bronze) do mijãozinho ! Oh, Lourencinho (como minha mãe carinhosamente o chamava), desculpe-nos. Que catástrofe ! Na época em que foi roubado não vi qualquer ação do poder público em recuperá-lo ! Aliás, não vejo qualquer ação do poder público que não seja em benefício da luxúria e da glória quântica (financeira) do enriquecimento de si mesmo. Será esse entrave a peleja entre os deuses (bons) contra os diabos (maus), e os maus assumiram de vez o poder ?! - Pior, em nome de deus ! - Não há mais sossego e a ‘paz’ é só mais uma palavra em vão, como a ‘liberdade’ também. O amor é sexo de viagra. A paixão os bens. A poesia, a exemplo maior na Música Popular Brasileira, vai da linguagem chula à atitudes pornográficas. É triste para alguns e é subliminarmente magnífico para a grande maioria equivocada. Ter atitude nesse universo pernóstico, contra as rudezas das ações degradantes, é uma obrigação dos pensam e os que pensam são bem poucos.

LCB_2010nov08

2 comentários:

  1. Os comentários abaixo foram postados no blog de Lula Castello Branco em http://ojornalweb.com.br . Reproduzidos aqui.

    Lula Castello Branco

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    Tânia Suely Lopes da Silva disse:
    05/03/2011 às 14:55

    Me indigno como você Lula, é muito triste vê que a nossa cidade estar se tornando uma selva de pedra com automóveis, motos, caminhões e o pior pessoas de coração frio, sem a menor sensibilidade e respeito com o bem público e com o próximo.
    Parabéns!!!

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    Gabi Gabi disse:
    06/03/2011 às 15:09

    é mesmo muito triste ver como as coisas boas da nossa cidade se acabam…saudade de voce, lulinha! um beijo

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    Nivaldo Mota Nivaldo Mota disse:
    10/03/2011 às 11:24

    Concordo com você Lulinha, a falta de educação de nossos gestores, aliada a pressa em transformar tudo do próprio capitalismo, faz com que as pessoas endureçam o pensamento. Vivemos no obscurantismo da pós-modernidade!

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    Benúbia Benúbia disse:
    12/03/2011 às 10:25

    Também me indigno, um banco como esse (sializado pelo S de Sandova Cajú) trata-se não só de um elemento decorativo cracterístico da chamada Arquitetura Moderna, como também, de um restinho do acervo da Praça Sinimbú.

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    Mário Augusto Mário Augusto disse:
    13/03/2011 às 15:31

    Parabéns pelo artigo Lula! Sempre a mesma sensibilidade prima que alinha magistralmente a fotografia com as linhas tênues da grafia de um mestre exercendo um belo jornalismo.

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    Raimundo Nonato Raimundo Nonato disse:
    15/03/2011 às 18:19

    Lula meu irmão..so vç mesmo em tocar nessas coisas.parabens .

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    Jorge Barboza Jorge Barboza disse:
    17/03/2011 às 19:12

    hehehehe, possa crer, falou e dizeu, meu velho amigo, abraço!

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    Marencio Marencio disse:
    19/03/2011 às 14:38

    Grande reportagem !!!!!!!!!!
    Valeu Irmão !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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    Maciel Rufino Maciel Rufino disse:
    24/03/2011 às 12:41

    Lula,a foto mostra td e o texto show de bola velho….valeu..valeu

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    Mônica Lima Mônica Lima disse:
    25/03/2011 às 16:50

    Lulinha como sempre vc arrasa.Concordo em Gênero e número.O que restará para nossos netos?

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