sábado, março 19, 2011

O direito de sonhar


Ainda com minha Nikon F3, brincado com os filhos. Meu Deus, o que está programado para o futuro dessas crianças ? Que covardia da humanidade ! Que mundo é esse ?!... Por um lado a humanidade perdida, um poder perverso desconexo e desarmônico. Da indústria do petróleo ao latifundiário dos pastos. Dos padres tarados e dos pastores corruptos. Da televisão pública chula. Da música popular pornográfica. Da banalização das relações. Do político corrupto na política do lobismo. Das catástrofes da natureza. Do calor excessivo. Das águas poluídas. Das péssimas previsões pro futuro. Terremotos, tsunamis, aquecimento global; guerra atômica, química, biológica e civil; o crack, o big brother brasil, o trânsito, o egocentrismo, o alcoolismo deliberadamente estimulado. Enquanto isso eles crescem, essas crianças, acordam todos os dias pensando a quantos dias estão do fim do mundo. A paz, a poesia, o amor, a moral, o pensamento, os sonhos, a liberdade, estão em baixa. A paz nem se fala, vivemos uma única aventura nos cotidianos, guerra civil inconsequente. A poesia, o amor e a moral foram substituídos pela linguagem chula dessa música pornográfica, o viagra e as trepadas acadêmicas; por essas novelas intimistas da televisão, e os pais e filhos sentados diante a vida assistindo, juntos na sala, a isso tudo. Daqui também incluo a liberdade, pois vemo-nos obrigados a conviver com esses excessos. O pensamento é a lavagem cerebral desse poder. Mas os sonhos, os sonhos, esses não. Não podeis, ó meu Deus, tirar, dessas crianças com expectativas tão negativas, a vontade de se planejar, de crescer, de criar sua própria família. Os sonhos não, meu Deus !... Os sonhos nunca.

LCB_SD

quinta-feira, março 17, 2011

Inútil Paisagem


Inútil Paisagem
Milton Nascimento
Composição: Tom Jobim/Aloysio de Oliveira

Mas pra que
Pra que tanto céu
Pra que tanto mar,
Pra que
De que serve esta onda que quebra
E o vento da tarde
De que serve a tarde
Inútil paisagem

Pode ser
Que não venhas mais
Que não voltes nunca mais
De que servem as flores que nascem
Pelo caminho
Se o meu caminho
Sozinho é nada
É nada
É nada

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sexta-feira, março 04, 2011

A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores...


Sinto, ao longo dos anos, que a poesia está à mercê da realidade urbana, cruel do espírito automobilístico. A cada dia percebo mais e mais o descaso com a aura dos sentimentos mínimos da pureza da alma humana. Sinto vontade de chorar, de gritar, de chutar e expulsar todos aqueles automóveis ocupando o espaço público da Praça Sinimbu. Sinto vergonha pelo mestre Lourenço Peixoto, quando vejo sua obra completamente destruída. Escombros da poesia que outrora inspirou tantos artistas, poetas e enamorados. Não consigo entender onde queremos chegar com tamanha desigualdade social. Com tamanho descaso ao próprio habitat. Não me importo aqui com outros lugares da Terra, não me venham com exemplos de lugares piores, me indigno com meu próprio ninho, e o nada que posso fazer, senão me indignar ! Não se vive mais a cidade, se vive os automóveis ! Não se caminha ! Não se passeia ! Praticamente não se ouve mais o cântico dos pássaros, só o vruuuummmmmm dos motores egocêntricos.
 
E o mijãozinho ! Roubaram a escultura (em bronze) do mijãozinho ! Oh, Lourencinho (como minha mãe carinhosamente o chamava), desculpe-nos. Que catástrofe ! Na época em que foi roubado não vi qualquer ação do poder público em recuperá-lo ! Aliás, não vejo qualquer ação do poder público que não seja em benefício da luxúria e da glória quântica (financeira) do enriquecimento de si mesmo. Será esse entrave a peleja entre os deuses (bons) contra os diabos (maus), e os maus assumiram de vez o poder ?! - Pior, em nome de deus ! - Não há mais sossego e a ‘paz’ é só mais uma palavra em vão, como a ‘liberdade’ também. O amor é sexo de viagra. A paixão os bens. A poesia, a exemplo maior na Música Popular Brasileira, vai da linguagem chula à atitudes pornográficas. É triste para alguns e é subliminarmente magnífico para a grande maioria equivocada. Ter atitude nesse universo pernóstico, contra as rudezas das ações degradantes, é uma obrigação dos pensam e os que pensam são bem poucos.

LCB_2010nov08

terça-feira, março 01, 2011

Asas pra que te quero !


O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes, Concluiu uma oficina de avaliação do estado de conservação das aves brasileiras. Avaliaram espécies da Caatinga e algumas de distribuição mais ampla. No total, foram analisados 103 tipos diferentes de aves. Uma – a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) – foi considerada extinta na natureza; duas criticamente em perigo; nove em perigo; cinco vulneráveis; sete quase ameaçados; nove com dados insuficientes e 70 em situação menos preocupante (Fonte: http://www.nejal.com.br/Noticia750.htm). Essa cultura de se criar pássaros em gaiolas é ridícula ! De qualquer tipo. De qualquer espécie. Fora de época, insensível. É fácil encontrarmos criatórios na internet totalmente legalizados pelo IBAMA, é como as drogas: os criadores de pássaro insistem em que os passarinhos criados em cativeiro são legais, é a mesma coisa de se dizer, como a televisão diz o tempo inteiro, que a bebida alcoólica não é droga, que é o sumo da felicidade, enquanto sabemos que ela deixa a pessoa ‘muito doida’ e a maconha, pasmem, para quem só a consome, pelo contrário, só relaxa, mas qual é o grande problema da maconha ? Por ser condenada à ‘droga ilícita’ seus consumidores se vêm obrigados a se relacionarem com os traficantes, como nos passarinhos, pois se cria um mercado com valor expressivos, que vão, um curió por exemplo, de 500 reais à 5 mil reais (os premiados não têm preço, chegam a valores irreais), num mercado aberto, criados em gaiolas e viveiros, cativeiros, enquanto isso, além de também sentirem o mesmo prazer de criar, aquele sujeito ‘lascado’, que vive lá no campo, percebe uma chance de se prevalecer, capturando da natureza e agindo igual ao traficante de maconha, pois só existem tais mercados graças aos consumidores e criadores. O mau da maconha certamente não é o seu efeito relaxante e introspectivo, é o tráfico que tá por trás dela. Já não basta tão pouca mata para os passarinhos viver. Não se enxerga que o mundo de hoje não é o mesmo mundo do século XIX. Que no século XX houve um processo degenerativo do Meio Ambiente, supervalorizando-se a tecnologia, o auge da Revolução Industrial. Que o momento é de se refletir cada ação sobre todo ecossistema. Que como os pássaros hoje, amanhã podem vir a ser o Alimento. Não há providências diante os agressores mais fracos, nem punição aos agressores mais fortes ! Tudo que se faz é superficial, todos comungados só prezam por seus status-quo ! - E o futuro de seus próprios filhos, se alimentarão de óleo e graxa, junto as máquinas !? - Nos dói pensar que não existirão mais azulões, nem curiós, nem sete-cores, entre tantos animais, livres, como Deus os criou, de tão inofensivos que são. Além de toda vegetação nativa devastada, lhes tirar a magnitude das asas, os limitando às gaiolas e assim dizer que eles adoram ! Acho que são essências da mentalidade escravocrata. Processo da ruindade que habita na alma humana. Perversidade sociabilizada.

LCB_2010nov16