segunda-feira, agosto 30, 2010

Adoro cobrir futebol


Gostaria de contar uma piada que um dia me contaram e só em campo pude ver que a piada tinha essências legítimas, quando percebi o acontecido ri mais que no momento em que me contaram a piada. É o seguinte, é bem simples, em qualquer campo do mundo, quando se chuta uma bola que raspa o travessão toda torcida agitada grita: UUUUUUUUUUUUUUU ! Só que em Maceió é diferente, as torcidas gritam: ViiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiXXXXXXXXXX  ! Mas só indo mesmo a campo para confirmar. É ver pra crer. Publico aqui algumas boas fotos que fiz para o caderno de esportes. Todas de 2006.


LCB_2006jul16, 2006jul17, 2006nov25 e 2006set18

Sequência feliz


Os Repórteres Fotográficos geralmente são condenados a se posicionar por trás do travessão nos campos de futebol, e alguns trechos da área lateral. Por vezes são colocadas placas com propagandas que funcionam como barreira para haja uma maior aproximação com a jogada do gol. Nesse dia excedi, percebi uma brecha entre duas placas bem perto do fundo da rede, sutilmente me aproximei, acocorei, e posicionei a câmara quando aconteceu a jogada. Foram três disparos. A ousadia muitas vezes nos permite sair um pouco da composição convencional. Como nesse caso, consegui a seqüência do gol vista do fundo da trave.

LCB_2006set19

sábado, agosto 28, 2010

Diamba


Um dia li um comentário do João Ubaldo Ribeiro sobre as fofocas permanentes ligadas a atriz Vera Ficher: “Tudo que falarem de bem sobre ela é verdade, e tudo que falarem de mal é mentira”. Não vou fazer uma comparação da Vera Ficher com a maconha, mas vou aproveitar essa questão ‘do que falam’ sobre determinadas realidades. Estou cansado de ouvir uma infinidade de conversas mentirosas a respeito da maconha, um show da hipocrisia, teleguiadas pelos Meios de Comunicação de Massa que julgam certo o consumo exacerbado de bebidas alcoólicas. É muita ignorância, alienação de massa mesmo. A cegueira de se ver com sensibilidade, de parar pra ver de que se trata, de conhecer através de pesquisas e usuários. Fala-se pelo que dizem, apenas. Fofoca. Dizer, por exemplo, que o início do caminho pras drogas é ela, não é verdade; pois antes aprendeu em casa a consumir bebidas alcoólicas (até mesmo o exemplo dos pais, tios, irmãos), cigarros, café, e até a programação da televisão, que induz a sociedade à não reflexão, ao não pensamento. O caminho das drogas é a distância entre os filhos e os pais e seus reflexivos exemplos. Não quero fazer apologia plena à maconha, mas o fato de conhecê-la de perto, sentir seus efeitos, como também de outras drogas, diante esse universo Kapitalista que corrompe das castas mais trancafiadas a dignidade das tradições, assistir diariamente essa apológica televisão brasileira da cerveja gelada e das mulheres objeto. Esse antro de futilidades e notícias arrumadas. Quero dizer que não é um bandido quem fuma um baseado, pelo contrário, quem se embriaga no álcool está muito mais propício a atos de vandalismo e agressões plenas, que o relaxado maconheiro. Quero dizer que existe um falso dogma, aplicado pelos poderes sucessivos da democracia (vislumbrado no modelo Norte Americano), que deduz ser um cidadão perigoso, um assassino frio, um estuprador obcecado, um assaltante oportunista, tudo que há de ruim na lista de crimes das leis mundiais, e é tudo mentira. Como pode uma sociedade culpar o consumo de um planta medicinal que não apresenta índices negativos quanto às relações humanas, enquanto os Meios de Comunicação de Massa induzem-nos ao consumo do álcool. Isso é hipocrisia, qualquer pessoa que pense e realmente conheça saberá que se trata da teoria dos ‘valores invertidos’. É aquela máxima que diz: “Uma mentira contada mil vezes, vira verdade”.

Assistam esse documentário (15 capítulos)

O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (1/15)
http://www.youtube.com/watch?v=NKEfJU73HRI
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (2/15)
http://www.youtube.com/watch?v=urlZ3TJ_lwg&feature=related
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (3/15)
http://www.youtube.com/watch?v=NEFigydLEU4&feature=related
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (4/15)
http://www.youtube.com/watch?v=JSMfFN4RQDw&feature=related
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (5/15)
http://www.youtube.com/watch?v=Tq3FJn2kvTQ&feature=related
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (6/15)
http://www.youtube.com/watch?v=1bTzxOkp4v0&feature=related
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (7/15)
http://www.youtube.com/watch?v=lMuNfWiijw0&feature=related
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (8/15)
http://www.youtube.com/watch?v=UcHeYbqCWNA&feature=related
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (9/15)
http://www.youtube.com/watch?v=_eQnC05pTWk&feature=related
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (10/15)
http://www.youtube.com/watch?v=E8hk2l1kpLs&feature=related
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (11/15)
http://www.youtube.com/watch?v=RHnar7XNxEs&feature=related
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (12/15)
http://www.youtube.com/watch?v=0ODol5vD0EE&feature=related
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (13/15)
http://www.youtube.com/watch?v=n30ueSb9Azs&feature=related
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (14/15)
http://www.youtube.com/watch?v=bEaGblIbHKI&feature=related
O Sindicato: Os negócios por trás do barato - (15/15)
http://www.youtube.com/watch?v=xB9xKfiiq7Q&feature=channel


LCB_2010jul31

quinta-feira, agosto 26, 2010

Heróis !


Há anos atrás li numa revista Seleções uma pesquisa com fundamentações temáticas diversas, entre as quais a seguinte questão: Quais dos profissionais no âmbito social que vocês mais confiam e quais os que menos confiam. Dos mais confiáveis, com 87% de índice, os bombeiros lideraram o ranque e inversamente proporcional, com os mesmos 87% negativos, não confiáveis, vieram os políticos. Acredito que essa pesquisa tenha sido feita nos Estados Unidos, mas para o que quero aqui falar, não importa, pois com certeza os bombeiros por aqui também são louvados e honrados. Entre tantas pautas que cumprimos no jornalismo, vez por outra nos deparamos com os bombeiros em pleno salvamento, em situações das mais adversas, quase sempre muito bem acolhidos, aplaudidos, emocionantemente ovacionados. São realmente os super-heróis de nosso cotidiano.

LCB_25jan2010

segunda-feira, agosto 23, 2010

O que será, será, do seu amanhã, será.


Há dois meses atrás essas pessoas não eram flageladas, moravam humildemente em suas casinhas, decentemente, tanto que as crianças parecem não terem perdido da alma a fantasia do universo lúdico. Percebe-se que elas não nasceram na miséria. Pobres, a pobreza fica um pouco acima da miséria, e miséria é esse estado a que vivem hoje, como ‘flagelados de cheia’. A enchente, em efeito tsunami, levou as casas com toda mobília e pertences, deixando-os a depender de donativos. É triste perceber o descaso, diante ações que deveriam ser emergenciais, para com pessoas tão ordeiras, cidadãos que nasceram ali, famílias de raízes centenárias. Esse caso, como tantos outros, não trata especificamente de uma transição apenas de lugar, trata-se de gente que perdeu por completo sua identidade. Pra descrever tamanho sofrimento cito um trecho de Patativa do Assaré: “Tudo sofre e não resiste/ este fardo tão pesado,/ no Nordeste flagelado/ em tudo a tristeza existe./ Mas a tristeza mais triste/ que faz tudo entristecer,/ é a mãe chorosa, a gemer,/ lágrimas dos olhos correndo,/ vendo seu filho dizendo:/ mamãe, eu quero morrer!”.

É triste assistir, bem diante nossos olhos, uma mãe assim viver. Tendo seu filho surtado com o acontecido, há um mês está interno num hospital psiquiátrico, e o marido também surtado que passa mal quando vê sua família naquele estado, se refugiando num sítio de amigos. Dona Maria do Socorro, firme, sem desistir de dar a volta por cima, persiste, convivendo naquele abrigo insalubre com pessoas que nunca houvera sequer visto antes, bêbados e viciados em crack, outras famílias como a dela, muitas crianças, velhos e cachorros, tudo para proteger o pouco dos bens que pôde salvar da enxurrada e ao mesmo tempo por temer não estar presente em momentos importantes de cadastramentos, doações ou qualquer oportunidade para sair dali. Ela no dia 18 de junho de 2010 acordou para um pesadelo que parece não ter fim. A inexistência de expectativas, com promessas por demais prolongadas, sem lenço e sem documentos, sem parentes importantes, a mercê principalmente do poder público e aqui e ali da ajuda de pessoas e grupos sensibilizados. Dois longos meses vividos numa amargura ardente, numa angústia intermitente, sem saber o que fazer.

E o que pensam as crianças que estão vivendo essa tragédia, o que marcará em suas vidas, terão seus caminhos desvirtuados ? De príncipes e princesas, tornar-se-ão flagelos do futuro ? Um entrave em seus destinos. A elas o governo deve a dignidade. Assisto a campanha eleitoral e me dói no coração perceber o derrame de dinheiro público e privado, os discursos mais fajutos, a mentira escancarada diante realidades tão alarmantes. Poderiam eles, todos os candidatos, investirem seus esforços e interesses para o bem comum, mas não, não é isso o que vemos, não é isso o que acontece. Entra governo e sai governo e nada muda. Enquanto essas elites da mamata pública continuam com o enriquecimento lícito da corrupção oficializada, a exemplo o Estado de Alagoas, a miséria, segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisas e Estudos Aplicados), atinge 1/3 da população, 32,2%. Refletindo o acontecido, em pelo menos 9 cidades alagoanas, possa hoje esse índice permear os 40% da população. Copilando à reflexão o Barão de Itararé: “A pessoa que se vende sempre recebe mais do que vale”. Pense nisso ao votar ou vote nulo simplesmente.

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domingo, agosto 15, 2010

Sumiu do Mapa


Elas estão sentadas no que restou da parede da Sala de Estar da casinha que moravam felizes. Assistiram a tudo ruir em algumas horas. Uma onda doida correndo no leito do rio que corta a cidade; um tsunami endiabrado, arrancando a tudo na superfície, deixando uma marca de total devastação. Nada poupou essa enchente carrasca, nem a casinha desses anjos.

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sábado, agosto 14, 2010

Natal na AAPPE


Tive a felicidade de por uns 3 ou 4 meses conviver continuamente com pessoas especiais, quase todos livres dos barulhos da vida, na AAPPE (Associação de Amigos e Pais de Pessoas Especiais). O logotipo da AAPPE teve seu primeiro traçado, a partir da idéia da Iraê, de minhas mãos, mas nunca havia me aproximado tanto. Que povo lindo, todos, os que trabalham e os que convivem. Saudade.

LCB_22dez2008