A Mortalidade Infantil está diretamente ligada à condição de vida da população, enquanto índice de pesquisas, e mostra-nos o quanto é difícil a relação da criança com a condição de vida da família. Existem crianças que por si já despertam interesse pelo trabalho, outras tantas já são obrigadas ao trabalho escravo e entre elas tantas outras entristecem, adoecem, enfraquecem, morrem. A luta pela vida, nessa expressiva desvantagem da miséria contra o monstro do consumo diante duas simples necessidades: a sede e a fome, num universo insalubre, sem sequer esperanças; enquanto do outro lado da moeda todos os pecados capitais transbordam numa promiscuidade desvairada, escutando músicas pornográficas e aprendendo a ser bandido com a novela das oito. É o universo dos automóveis, a nova Era do Homem Máquina, do Homem Bolha, do inacessível Homo sapiens tecno e seus mil e um tentáculos, a manipular, através de um sistema social implantado, o destino de cada cidadão do mundo, apertando alguns botões, evoluindo vertiginosamente, no ôba-ôba, balaco-baco, Zirigdum, do bom ‘bem viver’. O que temos aqui, na foto acima, são duas crianças dirigindo uma carroça de tração animal (cavalo), diante o prédio do Procon, que tem uma placa com índices da Mortalidade Infanto-juvenil no Estado de Alagoas, no bairro do Centro de Maceió, em frente ao Palácio do Governo, rodeado de espelhos, a carroça em movimento, passando, a percepção e a sensibilidade do instante na ação desse repórter fotográfico, enquadrando a realidade das crianças conduzindo a carroça e a placa com informações que denigrem a essência mais pura dos sonhos infantis.
LCB_01set2009
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