segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Na estrada 001


Possa um cético descrer da sensibilidade alheia, possa o mundo inteiro dizer para um artista que ‘aquilo’ não é arte, possa tudo vir de encontro aos conceitos, às idéias, ao sentimento, ao amor e à dedicação do poeta, esse artista de linguagem distinta, diante sua obra... tudo, tudo, tudo, às avessas. Na sensibilidade da criação diante a realidade da obra pronta, através da força da vontade, persistente, segue a saga da nau produtiva, entre intempéries e calmarias, cumprindo seu papel existencial.

No quadro, de repente, um elemento primário, parte de uma palavra, ‘BOM’beiros, num caminhão-pipa de usina, com um cidadão, deitado em uma rede esticada no vão da carroceria, pode nada representar para tantos que passaram por ali, mas para este poeta foi mais um flagrante da concepção de arte, uma composição absolutamente ao natural, cena corriqueira, momento, em movimento, de passagem, dentro do carro que vai passando, veloz, pela estrada, perceber e agir, sem atrapalhar a viagem com paradas demoradas, mirar, achar o foco e clicar, durante um lapso de segundos. A sensibilidade do Ver, através do quadro óptico da câmara, com reflexão permanente, intuito e ‘faro fino’, de caçador, agilidade e percepção, são conceitos naturais da aura artística que emana da sensibilidade do poeta que a evoca.

LCB_2010fev15

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